sábado, 11 de outubro de 2014

Getúlio Vargas, Adolf Hitler e Juan Perón: O uso do rádio.

Claramente podemos destacar o uso do rádio nos três tipos de governos. A única diferença é que os governos alemão e Brasileiro usavam o rádio para disseminar os seus ideais como forma de censura e opressão. Enquanto o Argentino usava a influencia do rádio para pressionar o governo autoritário em prol de Juan Perón. Ainda falando sobre os governos não podemos deixar de falar que todos usaram a mesma tática, o carisma.

 

No governo de Getúlio Vargas em 1930, seu nacionalismo e populismo ajudou-o a disseminar suas ideias ditatoriais. Liderou a revolução daquele mesmo ano que tirou do poder o atual presidente Whashigton Luís. De uma forma centralizada e controladora, Getúlio usou os meios de comunicação, especificamente o rádio, para então aumentar ainda mais seu alcance sobre a vida das pessoas. O DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda) controlava tudo o que era divulgado contra seu governo e até mesmo barrava influências vindas do exterior. Uma manipulação em massa que dizia exatamente o que poderia entrar no país. Getúlio percebeu que o Rádio era um ótimo instrumento que poderia utilizar para continuar impondo suas ideias e cria A Hora do Brasil ou A Voz do Brasil, programa exclusivamente do governo. Da mesma forma que entrou, foi retirado do poder após um golpe militar e só voltaria através de eleições democráticas cinco anos mais tarde.






Em 1933, Adolf Hitler, outro líder carismático, controlou os alemães e instruiu seus ideais quase exatamente como Getúlio Vargas aqui no Brasil. A diferença é que o regime nazista foi mais severo trazendo inúmeras consequências que até hoje são difíceis de ser esquecidas. Com o auxílio do Ministro de Propaganda, Josef Goebbels, o governo criou sua própria câmara de radiofusão que abrangia as emissoras de rádio, as associações de ouvintes, o comércio de transistores, a sociedade de radiodifusão e o Ministério da Propaganda. Também como no governo brasileiro, essa estratégia visava controlar tudo que era veiculado, impedindo que os alemães ouvissem programas estrangeiros e disseminando ideias como a superioridade da "raça ariana", a necessidade de um espaço vital e antissemitismo (a exterminação dos Judeus).





Juan Perón inicia sua vida política também após participar de um golpe militar contra o presidente da Argentina Hipólito Yrigoyen, em 1930. Em 1945, depois de ingressar na vida militar, Perón participa de outro golpe militar, agora contra o presidente Ramon Castillo. Juan participou do Departamento do trabalho e bem-estar social, atraindo assim confiança pela classe trabalhadora, sindical e daqueles mais humildes. Porém Juan não contava que naquele mesmo ano iria preso após sofrer um golpe civil e militar. A semelhança entre este e os outros casos é que Perón assumiu um carisma quase que unanime da população argentina. Getúlio e Perón, por exemplo, um ditador civil e outro militar, dominaram por anos os maiores países da América do sul, consagrados estadistas. Os dois foram grandes reformadores sociais, lutando pela classe sindical e operária. Porém Juan teve uma intercessora, Eva Duarte, ou mais conhecida como “Evita”. Evita que já era atriz do teatro e do rádio, usou toda sua influência e somou ao carisma de seu companheiro Juan Perón, convocando todos os trabalhadores, operários, famílias para que fossem às ruas. Evita liderou o maior movimento popular daquele ano. Então, em Dezesete de Outubro, o governo da argentina não aguentou a pressão e cedeu, soltando Juan Perón. Naquela mesma noite, em frente a mais de trezentas mil pessoas, Juan fez seu discurso de agradecimento, prometendo levar o povo a vitoria presidencial, que era transmitido pelo rádio para todo o país. No ano seguinte Juan se elegeu presidente da Argentina e se casou com Evita.





O uso do rádio nessa época, permitiu uma disseminação de ideais pelos principais lideres, tornando-os cada vez mais populares. O Rádio participou da história de grade parte da humanidade, não só como o próprio invento, mais como um eficaz instrumento que poderia atingir um público em larga escala. Nem sempre essa influência era positiva, mas não deixava de ser carismática.




Ricardo Vaz

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