Festa de comemoração dos 5 anos de carreira da DJ. Foto: Victoria Haus |
Por Ricardo Vaz
Mayana
Henrique, brasiliense, formada pela “DJ Academy” em Brasília, bacharel em
Publicidade & Propaganda pela Uniceub e Letras pela UnB, é uma das DJ’s
mais requisitadas do cenário atual brasiliense. Suas principais características
são as produções House Latino – batidas marcantes geradas por bateria
eletrônica. Conhecida também como “Muchacha Loca”, ela se adapta ao público com
grande versatilidade de estilos musicais e eleva a vibe das boates por onde
passa. DJ residente da Victória Haus (DF) e The Cave (Palmas-TO), a artista já
levou sua apresentação também ao Mato Grosso do Sul, Maranhão e Minas
Gerais.
Desde
a infância Maya se conectava com a música. A DJ lembra que sempre foi viciada nas
playlists musicais, do tipo que colecionava e descobria o nome das canções que
tocava nas baladas que frequentava. A primeira experiência foi em 2010, quando
tocou pela primeira vez na extinta Blue Space – ícone da noite alternativa de
Brasília. Foi aí que Maya decidiu seguir o caminho artístico.
Mas
o preconceito surgiu no início da carreira. Com um brilhante histórico
acadêmico em publicidade e letras, ser DJ não era algo esperado pela família.
Eles acreditavam que seguir esse caminho era como rasgar todos os diplomas
conquistados por Mayana, mas ela nunca desistiria dos seus objetivos e provaria
a todos que essa profissão é árdua e não coisa de gente preguiçosa e encostada,
como já ouviu algumas vezes.
Com
uma vida atribulada entre emprego, apresentações e estudos, Maya nunca
abandonou tudo o que conquistou. Sabe conciliar seu trabalho de servidora
pública com as noites agitadíssimas das baladas por onde passa. Ser DJ não
parece atividade fácil para quem quer; existe toda uma preparação. Maya passa
horas do dia usando seu feeling musical nas pesquisas, escolhendo, fazendo
edição, gravando e produzindo sua lista de músicas.
Com
toda sua habilidade artística, ela entra com todo seu entusiasmo às pistas. Canta,
dança, pula e leva a todos a sentirem a energia das batidas de suas produções. Maya
anima o público e não se importa com os comentários “Gosto de interagir com a galera e não estou nem um pouco preocupada se
me acharem louca. Já tenho a fama de ser porra louca mesmo. As pessoas em geral
gostam de ter um DJ carismático e participativo”.
Foto: Emerson Aniceto |
Mas
nem só de louros vive um DJ. O cansaço após horas de apresentação e pouco
descanso, quando a agenda está lotada, exige muito do profissional. A artista não considera os colegas de
profissão concorrentes. Acredita que cada um tem um perfil e um valor. Apoia,
incentiva e recomenda todos aqueles que também se esforçam e trabalham duro
para animar a noite das pessoas. A desvalorização da categoria é algo que deixa
a DJ incomodada, pois o mercado abre portas facilmente para amadores,
desmerecendo o trabalho de quem estuda e leva a sério, fazendo algo com a qualidade
que o público merece.
Público LGBTT
Maya
é considerada a musa das cenas gays brasilienses. O que seriam dessas boates sem
a latinidade da “muchacha loca”? A DJ sente uma enorme conexão com os fãs e
afirma exigência na produção de seu trabalho “Acho que o gay quando gosta de uma mulher artista, a trata como diva.
Sinto-me querida com meu público.” É
uma via de mão dupla, o carinho é retribuído com trabalhos meticulosos que a DJ
faz pensando nas pessoas, que sempre vão cumprimentá-la elogiando as
apresentações.
Sempre
antenada, ela fala sobre a diferença entre as baladas gays e heterossexual “A balada hetero curte um som mais grooveado,
mais light, digamos assim. Já a balada GLS, adora percussão, ritmos e elementos
que exploram a mistura de tendências e vertentes.”
CARREIRA
Foto: Emerson Aniceto |
Já
são cinco anos desde que Maya iniciou no mundo das mixagens. Após o caminho
percorrido, ela olha para o passado, analisa os resultados e chega à conclusão
de que tudo o que se faz com amor e dedicação tem retorno positivo. Mesmo que
em algum momento tivessem duvidado de sua capacidade ou desmerecido seu
trabalho. O aprendizado ao longo desses anos, em termos musicais, técnicos, de
postura e comportamento foram essenciais.
E
para quem está começando na profissão e quer um conselho de alguém experiente,
DJ MAYA dispara: Dedique-se, escute,
pesquise, aprimore e seja simples. Respeite e aprenda com quem já está na
estrada, reconheça suas imperfeições e procure humildemente aperfeiçoá-las. Não
cresça tentando tomar o lugar de ninguém; não tente difamar outros Deejays, é
feio para quem faz e todo mundo percebe que é recalque. Não bata de frente com
quem quer lhe derrubar. Apenas sorria e mostre seu talento, carisma e, por que
não, sua agenda.
Para ler a entrevista na íntegra clique aqui !
Revisão de texto: Kátia Sleide
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